Quem disse que seria fácil?

Quem disse que seria fácil fazer um simples comercial de uma hípica? O figurino até que não é dos piores eu adorei a idéia de voltar a atuar. Mesmo que seja para a população regional estava valendo à pena. – Eu amo interpretar. Sempre foi o que eu queria fazer desde criança.

Fazer amizade com o animal o.k. mesmo nunca chegando perto de um cavalo antes eu não fui tão mal assim. 

A pior parte foi ter que aprender a cavalgar. A risada foi geral quando eu montei pela primeira vez no Veloz. Acho que ai está meu dom... Talvez a comédia seja o meu lado artístico de verdade, quem diria... – Palhaçadas a parte eu me aventurei a dar uma volta montada no cavalo e realmente meu dom pra isso também parece ser nulo. – Será que eu não sirvo para nada relacionado a plantas e animais? – Só falta eu comprar um cachorro e ele querer ficar me mordendo...

Depois de algumas horas de treino eu tive que parar porque eu estava com uma horrível dor no meu bumbum. – E eu nem me lembrava mais que o bendito chapéu estava cozinhando meu cérebro de tão quente que estava na minha cabeça. Definitivamente não levo jeito algum para isso, mas eu adoro desafios e esse é um dos grandes.

Voltei cansada pra casa disposta a ver se dessa vez eu conseguia falar com a dona Lana ou com a Sam que estava praticamente isolada do outro lado da cidade.

Depois de receber uma merecida massagem eu fui tentar em vão falar com as duas amigas mais complicadas que alguém poderia ter, mas vejam o lado bom... Doidas, mas as melhores amigas do mundo. –Não vejo a hora de deixar a Alice por conta do Miguel e sair pra me divertir com elas e matar todas as saudades e colocar os comentários em dia. – Claro que fiquei na vontade, porque conseguir falar com elas estava impossível. – Pensei em sinal de fumaça pra ver se dava certo. Talvez fosse minha única chance.

Fui deitar inconformada por estar tão perto e ao mesmo tempo tão longe das minhas amigas. A única coisa que me perturbava mais que isso era a dor que ainda estava sentindo que agora subia pela minha coluna. – Porcaria! – Resmunguei antes de cair no sono.

Pela manhã acordei com um peso em cima de mim.

- Mamãe to com fome, levanta logo! O papai disse que já está na hora. – Não conseguia abrir o olho.

- E porque ele não faz? Deixa a mamãe dormir só mais um pouco...

- Ele disse que a senhora tem que acordar pra ir montar no cavalo e que se eu acordar a senhora ele me leva pra tomar "sovete". – Que cachorro! Usando a filha pra me tirar da cama de madrugada.  – Ir trabalhar deixar a Alice ganhar um sorvete e bater no Miguel por fazer essa sacanagem comigo... Bons motivos para me fazer levantar.