segunda-feira, 24 de outubro de 2011

A fuga da Alice

Depois de alguns dias começamos a reforma na casa. Depois do incêndio a sala de estar foi prioridade e agora estamos procurando um paisagista de confiança para fazer uma cerca viva do lado externo. Nessa cidade esta difícil então eu fico tentando sem sucesso arrumar alguém de Bridgeport, mas eles se recusam a vir a esse fim de mundo. – Fora isso eu ficava com total falta do que fazer então eu comecei a adquirir um péssimo hábito de dormir durante a parte da tarde ao lado da Alice. Adoro ficar observando ela dormir até que eu caia no sono.


Só que hoje dormi demais... Ou pelo menos acordei depois dela.  – Acordei ainda sonolenta passando as mãos pela cama a procura da minha pequena, mas ela já havia descido da cama sem que eu me desse conta.
- Alice? – Por mais que eu a chamasse ela não me respondia. Comecei a ficar preocupada e sai pela casa atrás dela. – Quarto, banheiro, sala e nem um sinal dela. – Claro que isso me deixou com um principio de pânico.
A porta da dos fundos se encontrava aberta e foi pra lá que eu fui enquanto continuava a chamar


 Comecei dando a volta por toda casa e nada da Alice. – Em frente de casa olhei para os lados e nem um sinal dela então o desespero começou a tomar conta de mim. – Pra onde ela poderia ter ido? Direita ou esquerda? E se ela continuou em linha reta quando saiu pelos fundos? Um lugar totalmente desconhecido e que eu não conhecia absolutamente ninguém que pudesse me ajudar na busca a não ser o Miguel.
Chamei novamente seu nome e continuei sem resposta. – Que pessoa eu sou que mal consigo cuidar da minha própria filha? Por um momento me preocupei com a reação que o Miguel teria ao receber a noticia. Parei de pensar e usei a discagem rápida.


Antes que eu explicasse direito as coisas para o Miguel eu vi surgir entre as árvores um homem carregando a Alice.
- Tem alguém trazendo ela Miguel depois eu te ligo. – Desliguei o telefone eu fui de encontro a ela.
- Amor, não devia ter saído sem a mamãe! Está tudo bem com você?
- Ela está bem. Eu estava ajeitando meu jardim e a vi seguindo o meu cachorro Myke.  – Eu sabia que só poderia ser daqui já que nunca havia visto ela antes... Não por aqui... Apenas por revistas.


- Fico feliz por ter reconhecido a Alice e eu agradeço de coração por me trazê-la de volta. Já estava me desesperando por não conhecer alguém por aqui e não saber por onde começar a procurar.
- Como não a reconheceria? Olhando para ela não tem como não lembrar de você. É bonita como a mãe... – De repente ele parou de falar e olhou para baixo envergonhado.  – É bem... Me desculpe, é que eu sou um humilde admirador. Bem de qualquer forma agora você conhece alguém por aqui e devo dizer que foi um prazer imenso em conhecê-la pessoalmente Andrea. Meu nome é Pablo. – Moro naquela casa azul ali e se precisar de algo ficarei feliz em ajudá-la.
Depois de agradecer novamente  e dizer que ele me ajudou muito ele se foi.



sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Em casa de bombeiro...

Três dias após ter chegado estava me olhando no espelho quando me dei conta que precisava me exercitar e conhecer a nova cidade então juntou os dois. – Chamei uma babá para cuidar da Alice enquanto o Miguel arrumava algumas coisas do lado de externo da casa que ele fez questão de ele mesmo arrumar e sai fazendo Cooper pela cidade. – Enquanto corria além da linda vista eu descobri que a casa onde moro fica bem localizada perto de um restaurante, de uma piscina comunitária, cinema, biblioteca e da praça.


Durante o percurso não encontrei uma única pessoa no meu caminho quando resolvi voltar. Estava bem de frente a piscina quando meu telefone tocou.  Escutei a voz do Miguel apavorado pedindo pra que voltasse logo.
- A casa esta pegando fogo!! Venha tirar a Alice daqui. – Se ele falou mais alguma coisa eu não ouvi, sai em disparada de volta pra casa – Que ironia a casa de um bombeiro pegar fogo.  Terceiro dia na cidade e acontece uma coisa dessas espero que pare por ai.



Quando eu voltei já estava tudo sob controle e o Miguel conversava com um colega de trabalho. – O tapete estava todo queimado e o cheiro desagradável de fumaça por toda a casa.
- Desculpe mesmo, não foi feita a revisão total da casa, ficaram algumas coisas pendentes. Em nome dos nossos colegas eu peço sinceras desculpas por essa falha e não vai se repetir. – Pelo rosto do homem que suava feito bica poderia imaginar a tensão que ele estava sentindo tendo cometido um erro com o chefe.
- Não vai mesmo, isso você pode apostar. Não permito que a vida da minha família corra risco de forma alguma. – Acho que ele sentiu pena do coitado e quando eu o olhei ele deu um meio sorriso amenizando o clima e depois de mais um monte de pedidos de desculpas o bombeiro se foi.


Fui tomar um banho rapidamente e voltei pra conversar com o Miguel
- E a Alice? Como ela reagiu?
- A babá esta com ela no quarto e acho que ela nem percebeu. Foi só um susto. – Com a tranqüilidade que ele disse eu não duvidei já que mais cuidadoso do que ele é impossível então expus minhas preocupações.
- O que causou isso? – E olha a bagunça. Tudo bem que eu queria reformar, mas nunca disse que queria tacar fogo na mobília...
- Foi a lareira... Ela é bem antiga, mas já vai ser solucionado. Vou mandar arrancar e colocar outra mais segura, não se preocupe.



Depois de limpar aquela bagunça que o fogo causou passamos o resto do dia aproveitando à calma do lugar e ficamos ali mesmo no quintal que tem uma vista tão diferente da mansão em Bridgeport. – Enquanto a Alice brincava começamos a planejar onde mandaríamos fazer uma pequena piscina, reformar aquela velha casa na árvore ou tirá-la de vez, instalar uma Jacuzzi já que isso é o mínimo de conforto que eu iria querer ali e o mais importante... Pelo menos nos fundos da casa teria que ser colocado uma cerca para não corrermos o risco da Alice se aventurar sozinha por ai.


terça-feira, 11 de outubro de 2011

Meu novo lar

A viagem foi agradável e rápida. Durante o percurso do carro fiquei observando atenta a nova cidade que por causa do horário ainda estava quase vazia e não demorou ao ficarmos em frente da nossa nova casa. – Não chega nem perto da minha mansão em Bridgeport, mas isso podemos providenciar com o tempo isso “se” nós ficarmos aqui por muito tempo.


Entramos observando cada detalhe da nossa nova casa. – O quarto da Alice e nossa suíte, quarto do hospedes e um cômodo vazio que ainda decidiríamos o que fazer. No geral a casa agradou, mas é óbvio que precisa passar por alguma reforma e a prova disso foi assim que fomos abrir a porta e ela quase caiu. Essa foi a primeira tarefa do Miguel. A mim caberia colocar alguns objetos pessoais para me sentir mais em casa, mas uma coisa de cada vez e sem pressa já que agora desempregada eu tenho muito tempo livre.


No dia seguinte o Miguel já estava preparado para ir ao seu primeiro dia de trabalho enquanto pra mim ficaria a parte de ficar em casa e começar a colocar as coisas em ordem.
A primeira coisa a ser feita era dar um jeito naquele jardim maltratado. Não entendo muito do assunto, mas aposto que posso deixar muito melhor do que está. – A Alice apareceu do meu lado assim que comecei para “me ajudar”, mas desisti pouco tempo depois de ter começado realmente acho que não nasci pra isso então melhor qualquer dia desses achar algum profissional para me ajudar com o jardim


Ajeitando uma coisa aqui e outra ali e sem conseguir colocar nem metade das coisas no lugar e o dia foi passando até a hora de o Miguel chegar em casa exausto e sem ao menos se dar ao trabalho de tomar um banho ele pegou uma salada que havia preparado a pouco e começamos a falar sobre nosso primeiro dia na cidade e do serviço dele que não seria tão diferente assim do que ele já fazia em Bridgeport até que ele organizasse algumas coisas, mas deixamos isso tudo de lado quando ele se levantou e perguntou se eu queria fazer algo mais interessante aquela noite do que ficar conversando.


sábado, 8 de outubro de 2011

Adeus Bridgeport

O nome da cidade para qual querem transferir o Miguel só fiquei sabendo dois dias depois. – Hidden Springs. Só conheço a cidade por alguns comentários então comecei a pesquisar mais pela internet e não foi difícil encontrar. – A primeira imagem que apareceu foi linda e uma descrição impecável. – Um lago, Spa, cabana de esqui, floresta, museu... – Parece interessante pra passar umas férias, mas e será que é uma boa cidade para morar?


No outro dia nos enviaram por e-mail a foto da casa que estavam nos oferecendo para morar durante nossa estadia na cidade e se ficássemos interessados poderíamos comprá-la. – Uma casa ampla e totalmente térrea para que não houvesse problemas de acidentes com a Alice e isso provavelmente teria sido uma exigência do Miguel. – Agora era assim dia após dia ficamos decidindo qual seria a melhor opção para nós três. – Sinceramente meu trabalho é a última coisa que me prende em Bridgeport.


- Não acredito que estou deixando tudo para trás eu disse dando uma última olhada para aquela casa que foi feita especialmente para mim.
- Já concordou, mas se quiser posso dar um jeito nisso. – Ele disse tentando me confortar me abraçando por trás.
- Acho que vai ser bom... E não vai ser pra sempre, vai?


- Claro que não! E nem vamos nos desfazer da casa. Ela estará aqui quando voltarmos e ela vai continuar sendo a nossa casa.
- E minhas amigas? Vou sentir tanta falta delas...
- Eu sei Deh, mas nós temos nossa vida e elas as delas pra cuidar. Agora mesmo a Lana nem esta na cidade é quase provável de chegarmos lá e ainda encontrar ela em Hidden Springs e a Sam pode aparecer por lá e ainda vão agradecer por ter um lugar onde possam ficar hospedadas sem depender daquela única pousada com quatro quartos.