sexta-feira, 3 de maio de 2013

Descobrindo lugares

Tem dias que o Miguel sai para trabalhar, se bem que aqui por mais emergências que tenha não é nada comparado à Bridgeport as ocorrências são em menor número e também em menor gravidade. O Miguel chegou a falar deles jogando vídeo game enquanto ficam “trabalhando”. E eu nas horas vagas saio para correr é meu exercício favorito aqui, pego as ruas tranquilas e vou e volto sem problemas algum em tem até uns lugares que não tem qualquer vestígio de pessoas circulando. 



Foi em um dia desses que eu encontrei o meu lugar perfeito para meditar. – Um lago incrível com uma queda d’água maravilhosa. – Quando quero relaxar é pra lá que eu vou agora só me concentrando no barulho da água e da minha respiração é muito fácil conseguir atingir meu foco meditativo. – Lembro-me do meu amigo Lamarca quando chego lá, preciso reforçar meu convite para ele vir com a Mei nos visitar. 




Mas hoje a Alice cismou de ir para o festival de verão da cidade, nesse calor medonho e tudo que eu queria mesmo era ficar em casa e dar um mergulho na piscina. Enquanto fiquei com o Heitor eles foram comprar um sorvete e um tempo depois lá estava a Alice voltando toda irritada com o Miguel logo atrás.
- Mamãe!! Quando o papai foi comprar meu sorvete uma mulher loira e com uma flor no cabelo parou ele e começou a falar e falar... Ela nem disfarçava mamãe!!
- Alice! – Miguel a repreendeu – Está exagerando, está parecendo a sua mãe – mas ele continuava rindo.



- Ah não estou não... Ela nem notou que eu estava com ele e ficou elogiando por ter salvo seu sobrinho outro dia. 
- Isso acontece sempre Alice... – ele tentava argumentar, mas ela tem tanto ciúmes do pai quanto eu. 
- Mas ela até disse que iria te fazer um bolo e levar pro senhor e quando eu puxava o papai ela continuava falando sem parar mamãe... – Até consegui visualizar a cena enquanto ela narrava.
- Ela só estava tentando ser gentil filha...
- Bolo?! Que história é essa?! – Perguntei com ironia e fingindo irritação para a alegria da Alice.



- Mas amor – sua expressão de humor transformou para receio ou sei lá o que e ficou na defensiva. – É o jeito das pessoas daqui mostrarem como ficaram agradecidas... Ah e você sabe disso, você não reclamou quando a Dona Esmeralda me deu aquela torta de limão. 
- Claro ela é uma senhora decente e não tem más intenções com maridos alheios. 
- “Qué vete” – Heitor esticou os braços para o papai com a intenção de ganhar um sorvete também salvando o Miguel.
- Vamos bobo, só estava implicando – Acho que ouvi um suspiro de alivio vindo dele.