Não, não, não e não

Alguns dias depois logo pela manhã meu celular tocou com uma proposta de trabalho. – Não precisaria nem sair da cidade para isso.

 É um comercial local. – Fiquei de pensar já que não queria voltar a trabalhar nem tão cedo para curtir mais minha família, mas por outro lado ficar em casa sem fazer quase nada não era meu estilo de vida.

Quando o Miguel chegou eu disse da ligação e pra minha surpresa eu não fui a única a receber uma proposta de trabalho.

- Jura? Eu também – Ele disse sorrindo – Um sorriso um tanto debochado pro meu gosto.

- Que sorriso é esse Miguel? Não estou gostando... – Já perguntei mais que desconfiada.

- Fui convidado para fazer umas fotos. – Na verdade fomos convidados... Eu e mais dois da nossa corporação e outros nove de outras cidades... Acho que até o Donato esta na lista.

- Fotos com bombeiros? Está falando sério? – Se for algum tipo de revista masculina pode esquecer! Nem pensar, de forma nenhuma, pode tirar seu cavalinho da chuva! Não, não e não! – Já estava começando a ficar histérica em pensar na possibilidade.

- Não é revista masculina Deh. Está delirando é? É um calendário para uma entidade filantrópica. – Todo dinheiro arrecadado será doado para a caridade. – A cara dele continuava com um sorriso inexplicável.

- Espera ai um momento... Enviaram-me o figurino pra foto, quero ver o que você acha. – Ele foi se trocar no banheiro pra fazer suspense e eu fiquei esperando ansiosa. – Ainda achando que tinha alguma coisa errada.

Quase morri quando vi o tal figurino, ou a falta de figurino... Não que eu não tenha gostado, na verdade eu amei, mas para EU ver e não é pra nenhuma outra ficar olhando MEU marido naquele traje.  – Claro que sou ciumenta, mas pelo menos assumo e não sou como ele.

- E ai, o que achou? - Ele disse fazendo pose. Pra me provocar é claro.

- Não esta faltando nada ai não? – Perguntei desconfiada já sabendo a resposta mais do que óbvia.

- Claro que esta faltando amor... Faltam os óculos e o capacete. Que isso... Pensa bem meu amor... É para a caridade...  – Ele me abraçou por trás e ficou me irritando enquanto continuava a sorrir. Ele sabe que eu detesto me sentir assim. – Peguei o telefone e comecei a discar e ele me olhou confuso afinal desde quando eu deixo quieto se tratando do meu ciúme? – Logo em seguida o celular dele tocou e já olhando o visor ele sorriu mais uma vez...

- É o bombeiro, não é? – Preciso urgente dos seus serviços...  Acho que estou pegando fogo! – Eu disse com uma voz provocativa.

- Tenha calma senhora, mesmo eu não estando em horário de expediente eu prometo socorrê-la. Chego dentro de alguns segundos – Ele largou o telefone e veio ao meu encontro me puxou para a cama.

- Não se preocupe senhora estou aqui para te salvar. Para evitar maiores conseqüências é necessário remover essa roupa imediatamente.