sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Um encontro com a Sam, a madrinha desnaturada

Para irmos ao parque era necessário que todos nós tomássemos de um banho. Eu passei a metade de um dia sentada no chão, Alice estava suada, e o Miguel ainda de uniforme que chama muito a atenção da mulherada que sempre são chegadas a homens vestidos assim... – Então sem chances. – Infelizmente o Heitor havia acabado de dormir, então a babá ficou tomando conta dele.
Quando chegamos ao parque o Miguel entrou todo orgulhoso segurando a mão da Alice que fez questão de colocar uns óculos de sol como o papai.



Ele a levou para brincar no balanço e outros brinquedos adequados  para a sua idade e ela nem ligava para mim – quanta ingratidão da parte dela. Fiquei pensando quando o Heitor crescesse então como ele seria ainda mais babão em ter um menino para brincar com bola e essas coisas que a Alice não curte.



Enquanto o Miguel continuava paparicando a Alice eu voltei ao carro e peguei a cesta de piquenique. Durante nossa conversa surgiu uma ideia divertida. Já tinha muito tempo que não dávamos uma festa para os amigos e com esse negócio de paparazzi nos seguindo a todo o momento, por que não fazer uma e tentar engana-los? Seria legal uma festa bem informal e com todo esse calor porque não uma a beira da piscina? Ele mencionou sua lista e eu a minha... Bem temos dois amigos em comum que talvez gostassem de se encontrar novamente...



 E por falar em amigos não é que acabei encontrando uma bem ali mesmo no parque? – Na verdade ela nos encontrou, talvez ela estivesse perdida ou se escondendo do tal Aaron que eu acho que é algum tipo de psicopata.
- Que lindo a família mais fofa de Bridgeport juntinhos. – Na hora não acreditei em tamanha coincidência, foi falar em festa ela apareceu. Levantei para cumprimenta-la.



 - Só assim mesmo em dona Sam?! Não tem mais tempo para as amigas e para a pobre afilhada que ainda sente saudades da dinda desnaturada que tem.
- Ah não, tenha santa paciência! Pode ir parando. Lá vem você com essa conversa. Sem drama você sabe que estava nos meus planos ir até sua casa.
- Planos, planos... – Eu iria começar um discurso, mas pra não espantar minha amiga e também por lembrar dos meus planos era melhor ficar quieta.



- Sam eu e o Mi estamos planejando alugar uma casa para dar uma festa bem informal na piscina e você não vai fazer uma desfeita desta comigo, vai?! – Na verdade foi mais uma intimação do que um convite que ela não seria louca de recusar.
 - Claro Dekita eu não tenho nem como recusar antes de aprender autodefesa e que mal tem uma festa na casa da minha best? Aposto que vai ser divertido, agora se me da licença vou dar um beijo na Alice.



 Ela pegou a Alice e com toda paciência do mundo ficou ali contando histórias e brincando de esconde-esconde por um tempo considerável e minha filha que ficava muito feliz com cada gesto de carinho e atenção da sua madrinha. – Tão bom ser criança eles não tem a noção que a madrinha desnaturada estava tentando recompensar em apenas um dia toda a atenção que ficou devendo em todos esses anos. Enquanto planejava alguns detalhes com o Miguel ficava escutando a Alice se acabar de tanto rir e quando parecia que o silencio voltaria começava tudo de novo.
- "Ah não, alguém viu a Alice por ai? Não consigo encontra-la" - Ai  começava tudo de novo.




domingo, 16 de dezembro de 2012

Enfim um pouco de tranquilidade - Parte 2

- Eu deveria ter olhado no relógio antes de ligar, desculpe.
- Estou no meu horário de almoço, não se preocupe. – Tive o intento de levantar-me, mas antes de me mexer ele sentou.
- Eu estou aqui a um bom tempo, já estava pensando em ir pra casa,
- De qualquer forma eu gosto de vir aqui, é um dos meus lugares favoritos em Bridgeport.
- É o único que me faz sentir melhor e parece que me purifica, não sei explicar... – disse olhando pra cima enquanto inspirava profundamente e deixando o sol bater em meu rosto.


Ainda ficamos um pouco ali conversando sobre vários assuntos até sentir minha perna adormecer – e meu bumbum doer pra caramba – e ele gentilmente ofereceu pra me ajudar.
- Ei Lamarca posso te fazer uma pergunta? – Na verdade eu nem sabia se ele era a pessoa certa pra falar sobre isso, mas oficialmente ele é o único amigo homem que eu tenho no momento.



Toquei no assunto do Devin e como isso tudo abalou a nossa amizade e ele falou que a maioria dos homens pensa em tirar uma casquinha e discretamente disse que eu deveria ter imposto um limite entre nós. - Mas nunca escondi de ninguém o amor que sinto pelo meu marido e pela minha família e aquele beijo fazia parte da cena, nunca iria imaginar que ele levaria para o pessoal e daria um beijo de verdade. – Agora eu sempre vou ficar com um pé atrás quando estiver conversando com um amigo e tenho que escolher as palavras que eu falo então.



Já estava na hora dele voltar ao trabalho e eu para casa e minha família. Antes de nos irmos embora convidei o Lamarca para um dia desses aparecer em casa para ele treinar um pouco artes marciais com o Miguel já que agora ele se recusa a treinar comigo depois que acertou aquele golpe em mim.
Ainda bem que eu estava de saída já que me descobriram ali e já não seria mais um lugar sossegado.



Cheguei a casa e segui o barulho que estava ali pertinho e vi o Miguel brincando com a Alice que se divertia muito no ombro do papai.
- “Vai papai, vai mais rápido!” – Ela pedia enquanto dava muitas gargalhadas.
- Não acha que demorou muito não? – reclamou assim que me viu
- Fui meditar e depois o Lamarca apareceu e ficamos conversando um pouco. Convidei-o pra vir qualquer dia desses pra treinar com você.
- Que maravilha, preciso mesmo treinar com um oponente mais forte do que uma fracote como você.
- Estou muito zen pra conseguir me irritar querido.
- Sem graça isso – ele riu – Agora você vai tomar um banho e trocar de roupa ou vai assim mesmo? A Alice e eu estávamos te esperando, ela quer ir brincar no parque.






terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Enfim um pouco de tranquilidade

Depois que o Miguel saiu para o trabalho eu tomei um banho beeeeeem demorado na intenção de que aquela água levasse junto pelo menos metade do mau humor e estresse dos últimos dias. Coloquei uma roupa leve e de cor clara pra ver se isso ajudaria a levantar meu astral.
Já na garagem e de frente para o meu carro lembrei-me do meu amigo que disse que poderia chamar para me acompanhar durante a meditação. Disquei e antes que chamasse - e eu acho que nem chegou a completar a ligação eu desliguei. EU estava em casa nesse horário sem fazer nada, mas ele estaria no trabalho. Que esquecida.



Cheguei e ao admirar o lugar é sempre incrível e nunca me canso. Puxei o ar com toda força para que o ar do lugar entrasse em meus pulmões e isso já me fazia sentir muito melhor. Olhei ao redor e não vi ninguém acho que finalmente as coisas estão ao meu favor.



 No primeiro passo para procurar um lugar mais isolado uma borboleta linda veio pousar no meu nariz o que faria que eu entrasse em pânico se fosse em outra época e outra pouco tempo depois veio na palma da minha mão... Espero mesmo que tudo isso seja algum tipo de sinal que as coisas melhorem para mim.



Finalmente arrumei um lugar entre as flores e de ruim ali o máximo que aconteceria era a árvore estar com cupim e cair na minha cabeça. - Sentei e me acomodei - Fechei os olhos e de início era minha intenção era de concentrar na minha respiração, mas o suave bater das asas das borboletas desse lugar sempre me prende a atenção. Comecei esvaziar a minha mente dos problemas dos últimos dias e logo eu estava ali completamente relaxada.



Fiquei ali um tempo considerável e quando comecei a preocupar com o tempo escutei passos bem leves em minha direção e conhecia apenas duas pessoas que reconhecem e preocupam em não atrapalhar uma meditação, mas os dois estavam em horário de trabalho, ou não? - Inclinei levemente minha cabeça para trás e abri os olhos e lá estava meu amigo sorrindo pra mim. 
- Desculpe, pensei que a ligação nem tivesse sido completada...