quarta-feira, 1 de julho de 2015

Reconciliação

Depois de um tempo, não sei ao certo quanto, acordei com calor do meu lado esquerdo e também senti um peso quente sobre meu abdômen e por instinto levei minhas mãos para afastar o que me fazia sentir todo aquele calor. Primeiro minha mão encontrou um braço, senti pelos sob minha mão, levei um susto e abri meus olhos – sim agora finalmente consegui abrir meus olhos – e assim que o fiz meu olhar cruzou o seu, lindo de viver ele me encarava com seus olhos cor de mel . Simplesmente impossível desviar daquele olhar tão penetrante, era como estivesse hipnotizada. 



Ele aproximou seu rosto do meu, me analisando, como se quisesse ler minha mente, chegou tão perto que podia sentir sua respiração, acho que estava começando a passar mal, meu coração disparou e eu comecei a sentir minha cabeça girando, por um momento achei que iria desmaiar e perder novamente a consciência, mas eu não podia deixar isso acontecer...
- Me perdoa – ele disse com os olhos marejados –  Eu sei que errei, eu precisava de um tempo, estava tão confuso.
- Chris eu... 



- Não, espera... Preciso terminar... Amor, se você quiser um tempo para pensar tudo bem, só quero que saiba que depois que te conheci minha vida mudou tanto de uma hora para outra, nos apressamos em casar, claro que não me arrependo disso e já temos três filhos... Isso nunca esteve nos meus planos também, e por Deus que não estou reclamando ou arrependido... Amo cada um deles de uma forma inacreditável e você... Simplesmente não consigo viver sem você, sempre soube disso, mas agora tenho certeza absoluta. Te amo tanto... Te amo demais!



Eu ainda não acreditava que tudo aquilo era real... Ele veio mesmo me procurar? Estava mesmo pedindo o meu perdão? – Embora eu estivesse esperando por isso desde o primeiro segundo que ele me abandonou e ter ficado completamente perdida sem sua companhia algumas perguntas estavam pairando na minha cabeça, será que foi só por isso mesmo? Não estaria me escondendo mais nada? – Senti lágrimas brotando em meus olhos involuntariamente, ainda não estava bem, sentia um pouco de tontura, mas precisava perguntar ou isso me consumira pelo resto da minha vida, era agora ou nunca.



-Foi por causa de outra, Chris? Foi “ela”? Ela voltou para te infernizar? – Ele sabia perfeitamente a quem me referia, afinal por um bom tempo deixou-se ser manipulado por aquela mulher dos infernos.
- Não, claro que não... Eu só estava perdido... Não foi nada além disso, não foi ela ou nenhuma outra, e “Ela” não significa absolutamente nada para mim. – Ele sabia que era o certo não mencionar o nome da Analiy, mesmo me referindo como “Ela” me dá uma repulsa incontrolável. Se existe uma pessoa no mundo que eu odeio, essa pessoa é ela.
- Então para onde você foi?
- Visitar um amigo...
- Andrew?– Esperava que essa fosse a resposta, afinal além de ser seu amigo de infância esse finalmente parecia ter criado juízo.
- Foi... Eu precisava conversar com alguém.



Ele continuava tão perto, me olhando de uma forma tão intensa, estava me analisando e esperando por uma resposta... Não estava aguentando mais, impossível resistir mais um segundo que fosse, vencemos o espaço que nos separava e colei meus lábios aos seus. – Senti meu coração disparar, esqueci-me de respirar e nosso beijo foi tornando mais intenso, minha cabeça girou novamente e desabei de volta para a cama quase desacordada novamente
- Bom saber que causo esse tipo de efeito nas mulheres – ele riu – Ai meu Deus, que sorriso lindo!
- Na sua mulher, você quer dizer...
- Na minha mulher, foi exatamente isso que eu quis dizer... E nossos lábios se encontraram novamente.



Foi quando ele foi tirar uns fios soltos de cabelo do meu rosto  que notei... Ele ainda usava sua aliança, meus olhos começaram a lacrimejar, fechei meus olhos, tanto pela emoção de ver que ele ainda a usava como pela sensação do contato dele em minha pele, um sentimento tão maravilhoso...
- Hey, o que foi? – Ele ficou preocupado.
- Minha aliança... Eu a tirei...
- Não precisa chorar por causa disso, depois que eu fiz fico surpreso por não tê-la atirado no mar. – Ele deu um sorriso triste. – Isso nunca mais vai se repetir, eu prometo.