sábado, 23 de julho de 2011

Sozinhas

Ele ainda foi se despedir da Alice prometendo vir buscá-la para passar um dia com ele assim que estivesse morando em um lugar decente onde pudesse levá-la. – Fiquei olhando depois ele sair porta afora e desabei no sofá sem ter forças para mais nada a não ser chorar prometendo a mim mesma que eu seria forte o bastante para descobrir quem foi o verdadeiro responsável por estar destruindo minha família e afastado de mim a pessoa que eu mais amo.


A única razão para me esforçar para manter o controle e me manter sóbria naquele momento não parava de perguntar aonde o papai tinha ido e quando iria voltar. – E eu me fazia essas mesmas perguntas também e não tinha a resposta. Ele não iria pra casa dos seus amigos... Peter recém chegado de lua de mel e seu outro amigo James com seu estômago de aço deve estar curtindo sua vida de recém-casado eu não tinha a menor idéia de onde ele poderia ter ido.


Quando ela finalmente dormiu eu fui preparar uma bebida. E já que minha intenção estava longe de ficar fora do controle fui tomando aos poucos e devagar enquanto pensava de como fazer o Miguel acreditar em mim. – Tirando a minha palavra só restava o testemunho do Devin ao meu favor o que provavelmente não serviria muito sem contar que seria extremamente ridículo ter que fazer tal pedido ao meu amigo.


Quando a Alice acordou depois de não muito tempo eu tentei nos distrair da melhor forma que me foi possível tocando e repassando várias vezes a mesma parte da música já que minha cabeça estava em outro lugar bem longe dali tentando em vão descobrir para onde o Miguel teria ido. E pra ajudar era impossível sair de casa com tantos fotógrafos e jornalistas querendo entrevistas ou um depoimento sobre  “meu caso com o produtor” só de lembrar-se dele meu estômago revirava de nojo, eu não poderia deixar que continuassem pensando isso de mim, mas só tem uma pessoa que eu tenho que convencer e o resto podem esperar.


Antes de dormir ainda tentei ligar para o Miguel, mas foi em vão... – Eu sabia que seria, mas eu tenho que ao menos tentar fazer ele me ouvir. Deixei outra mensagem, sem saber se ele iria ouvir, mas era o que eu poderia fazer no momento. Deitei na cama e devo ter desmaiado de cansaço, só acordei no dia seguinte.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

O inicio do fim

O que mais me irrita em mim mesma é a falta de capacidade que eu tenho de auto defesa e não foi diferente dessa vez.
Quando voltamos o Devin me consolava e me defendia e ainda bem que estávamos longe dos paparazzi. Por mais que tentasse o Apolo se recusou a falar mais alguma coisa sobre o assunto, mas continuava a fazer insinuações.
– Tão bonitinho defendendo sua amada... O que foi? Ficou com ciúme? – Deveria me agradecer por facilitar as coisas pra você, ele disse ao Devin.
- Não tem nada entre nós, eu sou casada! Sempre fomos apenas amigos. 

- Por que você não quer...  Não vê como ele te olha? Qualquer um percebe isso.
- Pode parando por ai Apolo, o que sinto ou deixo de sentir não é da sua conta – Ele empurrou o Apolo com força. – Acho que foi a primeira vez que o vi tão irritado. – Pra mim esgotou... Ele não iria falar e eu não estava mais com cabeça pra nada então fui deitar esperar à hora do meu vôo e ficar torcendo para que o Miguel não acreditasse naquela história.


Não consegui dormir e antes de amanhecer eu me sentei na cama disposta a dar uma volta quando alguém bateu na porta do meu quarto. – Fiquei quieta até que ouvi a voz do Devin me chamando.
- Pode entrar Devin – Falei já com medo do conteúdo da conversa que viria a seguir. Ele estava só com a parte de baixo do pijama o que me deixou desconfortável... Já pensou se alguém o visse entrar no meu quarto assim?
Levantei-me constrangida e iria pedir pra sair, mas ele foi direto ao assunto.
- Não se preocupe com o que ele falou... É mentira. – Ele disse para o meu alivio e pediu para esquecer aquela história que o Apolo comentou.


Dei uma última olhada para despedir daquela paisagem tão linda que foi a única coisa que me fez ficar em paz naquele lugar. Finalmente é hora de voltar pra casa.
Já no aeroporto tentei ligar inutilmente para o Miguel que devia ter deixado seu telefone desligado então resolvi arriscar e deixar uma mensagem avisando o horário da minha chegada – Tudo parecia estar contra mim ou a ansiedade era muita. Foi a viajem mais longa que eu já fiz. – Não sabia ao certo o que encontraria quando chegasse em casa o que me deixava ainda mais angustiada.


Infelizmente quando entrei a primeira coisa que eu vi foram umas malas no chão do lado do sofá e ele estava sentado me encarando com um olhar que me deixou ainda mais nervosa.
- Você não pode fazer isso sem antes me escutar Miguel você mesmo me condenou quando sai de casa aquela vez sem antes te escutar. – Eu disse já entrando em desespero. – Ele não me respondeu e permaneceu sentado por um tempo até que se levantou.
- Nada do que me disser nesse momento vai-me fazer mudar minha decisão Andréa. – Eu preciso de um tempo pra pensar e depois conversamos.