quinta-feira, 21 de junho de 2012

Bem que eu tentei


 
Que maravilha viver a vida só na sombra e água fresca passando dias e mais dias curtindo minha filha, comendo, bebendo e engordando horrores. Há essa altura do campeonato o Miguel já estava trabalhando e eu em casa sem fazer absolutamente nadinha de nada.


Tentando me distrair eu fui tocar piano acompanhado da Alice que parece ter o dom da música correndo em suas veias.
Há quem estou tentando enganar? Estou detestando ter que ficar em casa parada, eu não voltei a Bridgeport para ficar trancada em casa. Não acredito que vou ter que passar o restante da minha gravidez assim praticamente vegetando. Já sabia o que fazer.


 Já estava quase no final do expediente dele quando peguei o telefone e liguei para o Miguel.
- Amor nós vamos sair hoje à noite.
- Estou trabalhando não posso ficar conversando agora sobre isso.
- Sabe o que estou fazendo agora? Olhando para o teto. Acho que tem duas aranhas brincado com uma bola feita de teia bem ali o que significa que estão se divertindo muito mais do que eu.
- Não pode esperar que eu chegue em casa?
- Não. – eu tenho certeza que ele iria dizer que estava cansado e blá, blá, blá e eu acabaria ficando com pena – Estou levando uma roupa pra você se trocar no trabalho e nos encontramos na pista brilhante e vou com seu carro.
- Com o meu? Tem certeza? – Notei sua voz de preocupação – não sei por que ele disse isso eu sou boa motorista.
- Não quero que na volta você passe vergonha dirigindo o volvo do Edward. Até!  – Não prolonguei o assunto e desliguei. 


 Separei uma roupa e chamei a babá. A Alice já estava cuidada e tomara que essa seja mais responsável que aquela de Hidden Springs. Fui até a garagem e sai com o carro do Miguel e retiro tudo que eu pensei antes. O carro é super confortável e veloz deu uma vontade enoooorme de sair feito uma louca dirigindo pela cidade, mas alem da minha vida tenho a do meu bebê para preservar além das vidas dos pedestres é claro. Passei rapidamente pelo corpo de bombeiros e deixei a roupa e fui pra cidade.


Cheguei à Pista Brilhante e fui caminhando lentamente para a entrada observando a não mudança em absolutamente nada por ali. Logo o Miguel chegou e foi ao meu encontro.
- Então a senhora com a barriga deste tamanho está mesmo querendo dançar?
- De verdade? Acho que não.
- Então por que me arrastou pra cá?
- Eu queria, eu juro que queria.
- Mas... – Ele disse com uma cara de vitória já sabendo que eu havia desistido da ideia.
- Mas minha coluna está doendo, minhas pernas estão cansadas, estou indo a todo instante no banheiro e sem falar na fome e no sono. 
- Vamos pra casa sua teimosa e quando ver aranhas brincando com teia significa que tem que chamar a faxineira e não sair pra dançar. – E riu.


segunda-feira, 11 de junho de 2012

Meditação


Eu estou sem fazer nada de útil mesmo e o Miguel conseguiu uns dias de folga pelas horas extras acumuladas então eu deixei a Alice com a melhor babá que ela poderia ter e fui distrair minha mente no lugar que eu mais gosto na cidade, principalmente para meditar.
Só de me aproximar já senti o cheiro maravilhoso do lugar que mistura o cheiro da terra com o cheiro das flores que deixa tudo mais perfeito.


Arrumei um lugar onde eu ficaria mais afastada de um possível vai e vem de pessoas e pudesse me concentrar melhor. Fechei os olhos e entrei mais rápido que esperava em sintonia com tudo isso e escutava apenas o bater de asas das borboletas que voavam mais próximas a mim. 


Fiquei ali por um tempo suficiente concentrada até que meu estômago anunciou escandalosamente a fome absurda que eu estava sentindo naquele momento e antes que eu me levantasse ouvi passos se aproximando devagar e com certo cuidado para não atrapalhar. De qualquer forma estava na hora de ir embora mesmo
Abaixei um pouco a cabeça antes de abrir os olhos para evitar uma tontura ou um mal estar qualquer e vi pela roupa que havia um homem de frente a mim. 


Como não poderia deixar de fazer segui rapidamente com meus olhos para ver de quem se tratava até encontrar o rosto familiar sorrindo para mim.
- Oi Lamarca, quanto tempo.
- Posso ajudá-la? – E sem esperar por resposta como um perfeito cavalheiro ele ajudou a mim com meus cem quilos a levantar-se – Eu não estou com cem quilos e quero que fique claro isso – mas tem horas que me sinto assim.
- Muito obrigada. – E começamos a relembrar algumas coisas conversar sobre outras por algum tempo até que meu estômago anunciou novamente minha fome – Pelo menos dessa vez foi mais discreto e só eu ouvi – Eu acho.


- Achei, eu achei! – A voz da pequena Alice me surpreendeu de repente.
- Demorou a voltar então achamos melhor vir te buscar para fazer um lanche, que acha?
- Com a fome que estou comeria até essas flores – Disse rindo. – E com a fome a parte ei me lembrei de fazer as apresentações.
- Miguel esse é meu amigo Lamarca um apreciador da China e das artes marciais assim como nós e Lamarca esse é meu marido Miguel e minha pequena Alice.
- Prazer em conhecê-lo, gostaria de juntar-se a nós? – O Miguel fez o convite e educadamente o Lamarca aceitou.