Que maravilha viver a vida só na
sombra e água fresca passando dias e mais dias curtindo minha filha, comendo,
bebendo e engordando horrores. Há essa altura do campeonato o Miguel já estava
trabalhando e eu em casa sem fazer absolutamente nadinha de nada.
Tentando me distrair eu fui tocar
piano acompanhado da Alice que parece ter o dom da música correndo em suas
veias.
Há quem estou tentando enganar? Estou detestando ter
que ficar em casa parada, eu não voltei a Bridgeport para ficar trancada em
casa. Não acredito que vou ter que passar o restante da minha gravidez assim praticamente
vegetando. Já sabia o que fazer.
Já estava quase no final do
expediente dele quando peguei o telefone e liguei para o Miguel.
- Amor nós vamos sair hoje à
noite.
- Estou trabalhando não posso
ficar conversando agora sobre isso.
- Sabe o que estou fazendo agora?
Olhando para o teto. Acho que tem duas aranhas brincado com uma bola feita de
teia bem ali o que significa que estão se divertindo muito mais do que eu.
- Não pode esperar que eu chegue
em casa?
- Não. – eu tenho certeza que ele
iria dizer que estava cansado e blá, blá, blá e eu acabaria ficando com pena –
Estou levando uma roupa pra você se trocar no trabalho e nos encontramos na
pista brilhante e vou com seu carro.
- Com o meu? Tem certeza? – Notei sua voz de
preocupação – não sei por que ele disse isso eu sou boa motorista.
- Não quero que na volta você passe vergonha dirigindo
o volvo do Edward. Até! – Não prolonguei
o assunto e desliguei.
Separei uma roupa e chamei a
babá. A Alice já estava cuidada e tomara que essa seja mais responsável que
aquela de Hidden Springs. Fui até a garagem e sai com o carro do Miguel e
retiro tudo que eu pensei antes. O carro é super confortável e veloz deu uma
vontade enoooorme de sair feito uma louca dirigindo pela cidade, mas alem da
minha vida tenho a do meu bebê para preservar além das vidas dos pedestres é
claro. Passei rapidamente pelo corpo de bombeiros e deixei a roupa e
fui pra cidade.
Cheguei à Pista Brilhante e fui
caminhando lentamente para a entrada observando a não mudança em absolutamente
nada por ali. Logo o Miguel chegou e foi ao meu encontro.
- Então a senhora com a barriga
deste tamanho está mesmo querendo dançar?
- De verdade? Acho que não.
- Então por que me arrastou pra
cá?
- Eu queria, eu juro que queria.
- Mas... – Ele disse com uma cara
de vitória já sabendo que eu havia desistido da ideia.
- Mas minha coluna está doendo,
minhas pernas estão cansadas, estou indo a todo instante no banheiro e sem
falar na fome e no sono.
- Vamos pra casa sua teimosa e quando ver aranhas brincando com teia significa que tem que chamar a faxineira e não sair pra dançar. –
E riu.