Sem dívidas

Depois de passado alguns dias eu resolvi tocar em um assunto ainda não resolvido e pelo visto esquecido pelo Miguel.

- Amor o final do ano esta chegando e nós ainda não pagamos pelo serviço da cerca. Eu estava pensando... Ele não quer receber e nós não queremos ficar em dívida. Que tal no lugar de pagar ele com dinheiro nós retribuíssemos de outra forma?

- E no que está pensando? – Ele perguntou enquanto se  levantava.

- Eu sei de um presente no qual ele adoraria, mas só compro se você concordar – Fica mais caro do que vale o serviço, mas ficamos livres. – Eu sabia que ele concordaria, mas queria ouvir da sua própria boca.

- E o que é? – Ele disse enquanto procurava sua roupa de malhar.

- Um cavalo, na verdade é “O” cavalo. Depois que terminei as gravações descobri que ele gosta de cavalos e parece que em especial o que eu estava montando pro comercial.

- Faça como achar melhor Deh, o importante é me livrar dessa dívida. – O Miguel disse com indiferença.

- Você fica lindo bravo, sabe disso, não é? – Disse enquanto corri para dar um rápido beijo enquanto ele saia.

- Nem estou bravo, sou lindo de natureza – Ele disse rindo enquanto se retirava.

Então estava tudo certo. Mais tarde eu fui ao haras e não foi difícil quanto imaginei que seria. – Pagamento efetuado sai à procura do Pablo que pra minha surpresa não morava mais onde ele havia me falado.

Seguindo as orientações do dono da casa fui parar na casa do lado a minha.

Toquei a campainha e esperei. – Não sei se foi mais surpresa ele me ver ali ou quando viu meu “acompanhante”

- Andréa Montes... Quanta honra. Gostaria de entrar? – Ele gesticulou em direção a porta.

- Não, muito obrigada. Apenas vim trazer isso para você. Esse é seu pagamento – E apontei para o Veloz.

- E o que te faz acreditar que vou aceitar? Não precisa ser nenhum tipo de gênio para saber que isso vale bem mais – Ele pareceu ofendido.

- Eu te dou vários motivos. Eu te devo pela cerca, te devo desculpas pela grosseria do Miguel, te devo por não me deixar espatifar no chão, gritei aquele dia com você e não volto pra casa de forma alguma com esse cavalo...  – Isso serve? – Perguntei. 

- Poderia usar o Veloz para pagar as outras coisas, mas sabe que não fiz a cerca pelo dinheiro e te ajudo quantas vezes for necessária. E eu entendo seu marido... – Ele disse abaixando a cabeça sem graça.

- Você já me disse, mas eu e meu marido fazemos questão que aceite o presente. –Você me fez um favor e só quero demonstrar o quanto fiquei grata. Veja também pelo lado de que não costumo presentear fãs com um animal e você será uma exceção.

- Se é assim... Mas continuo não achando justo.

- Se te faz sentir melhor da próxima vez que a cerca precisar ser aparada novamente sua ajuda será bem vinda. Isso se você não quiser que eu acabe com seu serviço com minha "habilidade" com as plantas.

Mesmo com a intenção de não ficar incomodando o Pablo com isso foi o jeito que eu achei pra pagar o favor.