quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Da água pro vinho


Eu continuava na minha licença e afastada do trabalho e graças a isso longe dos meus colegas de trabalho por isso comecei a receber várias ligações que eu nunca atendia então ele mudou e começou a enviar vários SMS e sempre da mesma pessoa – leia-se Devin – e por mais que eu bloqueasse o número ele voltava a insistir com um número diferente. Uma hora com um uma mensagem curta e educada como “Estou com saudades, preciso muito falar com você” ou com outras como “eu te amo e não vou desistir de tentar” – O que ele queria afinal? Ele já sabia que nunca largaria minha família. A cada SMS tinha que ter o trabalho de ficar excluindo e algumas eu ainda respondia pedindo, por favor, para que parasse, mas nunca adiantava.


 Nessa hora tinha acabado de excluir mais SMS quando meu telefone tocou novamente já fui com o dedo pra desligar quando vi que o número era do Miguel.
- Oi amor, estou saindo do trabalho daqui a pouco e que tal sairmos hoje para jantar naquele restaurante que você adora?
- Claro Mi, vou adorar – Não acredito que ele tomou a iniciativa sem que eu precisasse pedir. 
- Antes vou passar em um lugar e logo vou pra casa. Beijos e até mais.
Aonde ele iria?


Tomei banho, passei perfume e finalmente arrumei uma ótima oportunidade para usar meu lindo vestido Prada. Caprichei no visual ajeitei meu cabelo e faltava apenas retocar a maquiagem. O Miguel logo estaria em casa. Ouvi dois toques de mensagens enquanto terminava de me arrumar. Não acredito que iria começar justamente agora.
- Amor eu já cheguei – escutei sua voz vinda do quarto.
- Estou quase acabando Mi, só mais cinco minutinhos. – eu sempre falo isso, mas nunca cumpro o prazo preciso sair tenho que tomar cuidado com todos os detalhes. – e ouvi outro toque de mensagem.
- Eu me esqueci de resolver um assunto urgente, eu já volto. Vou com seu carro, tá? – Escutei sua voz já ao longe parecia que foi até correndo. E ele nem gosta do meu carro, porque iria sair com ele? – Fui até o quarto e peguei meu telefone e pra minha surpresa não havia nenhuma mensagem. Será que estou doida? Tenho certeza que ele havia dado toques de mensagem, eu devo estar traumatizada.



 Estava cansada de esperar sem dizer que estava morrendo de fome e passou quase duas horas e só ai que finalmente escutei o barulho do portão da garagem abrir. Estava indo pegar a minha bolsa quando ele entrou no quarto.
- Que lindo seu cabelo Mi!! – Ele usava esse tipo de penteado quando começamos a namorar e eu adorava – Ei espera, o que é isso? Machucou os lábios? Deixa-me ver.
- Está machucado? – ele pareceu surpreso – Não é nada eu só me machuquei durante o trabalho. – Disse recuando. Parecia zangado.
- Eu acho melhor deixar pra sair outro dia, espero que não fique chateada. Pode pedir uma pizza?
- Pizza? Sério? Eu não me arrumei assim pra comer pizza Miguel! – Minha preocupação com ele se transformou em raiva, tanta produção pra comer pizza?! Fiquei mesmo irritada.



- Desculpe por isso. – Ele passou a mão no cabelo e desfez todo o penteado e colocou sua roupa de ginástica. Isso significava que ele estava aborrecido com alguma coisa.
Ele foi até seus equipamentos e começou a malhar com toda sua força ainda que isso parecesse desnecessário.
- Porque está aborrecido Miguel? O que aconteceu?
- Quem disse que eu estou aborrecido? Só não estou mais com vontade de sair. – Eu não podia ver seu rosto nesse momento, mas sua voz o denunciava. Ele realmente estava bravo eu só não sei o que poderia ter acontecido, ele que ligou todo animado para sairmos pra jantar e de repente ficou assim. – Fiquei confusa. 


terça-feira, 23 de outubro de 2012

Então era o Will?

Passei parte da manhã dando uma espiada na internet. Email foi o primeiro e a caixa de entrada estava lotada entre fãs, contatos profissionais e amigos – entre esses dois do Devin que não perdi meu precioso tempo para ler e enviei sem dó para a lixeira eletrônica. Ocupei meu tempo para por em dia minha leitura no blog do meu amigo Lamarca e foi ai que a Alice apareceu pra me fazer companhia pedindo o colo e um pouco de atenção. Dei uma rolada na página para ter a certeza que ela poderia olhar as ilustrações da página caso resolvesse parar de bater no teclado.
Não acreditei quando ele mencionou a ida do seu amigo Will até a ilha e que estava a nossa procura – era o rapaz que trombou em mim eu gritei com ele por causa do meu mau humor.



 A babá estava em casa, mas a Alice preferiu ficar brincando no meu quarto enquanto eu fiquei deitada na cama. Fiquei pensando sobre o ocorrido – não podia ter feito aquilo com o coitado. Quando dei por mim estava anoitecendo e levantei para ver as horas. Olhei para os lados e nem sinal da Alice. O Heitor estava no seu quarto fazendo o que mais gostava – dormir – e encontrei a Alice dormindo nos braços do papai em uma espreguiçadeira perto da piscina. A brisa fresquinha que soprava me fez entender a escolha dos dois por aquele lugar embora os pernilongos começassem a aparecer.
- Ei belo adormecido, melhor levar a Alice pro quarto antes que virem banquete de mosquitos.



Enquanto ele colocava a Alice no seu berço eu fiquei sentada no pequeno sofá do quarto. – Ele ergueu minhas pernas e sentou no sofá também.
- Que foi? Parece preocupada.
- Parece que dei uma bola fora gritando com um rapaz no aeroporto quando estava voltando pra casa.
- Se for assim você vive dando bola fora é o que mais você faz. Talvez essa seja sua marca registrada.
- Não brinca com isso Mi, estou me sentindo muito mal.



- E porque está com a consciência pesada?
- É um amigo do Lamarca e já havíamos falado sobre ele. O Will... É um super fã sabe? Aqueles que fazem loucuras para chegar perto dos artistas favoritos, mas ele parecia estar fugindo de alguém e não prestou atenção e acabou trombando em mim enquanto eu discutia com a Lana e eu estava com tanta raiva dela que descontei no coitado.
- Então talvez eu não precise sentir pena dele, certo? Talvez eu precise manter você longe dele. Vai que ele tente te agarrar ou algo do tipo... – ele pareceu preocupado.
- Talvez depois do que eu aprontei ele queira apenas um autógrafo, agora se for pra alguém proteger talvez seja minha função nesse caso. Com certeza ele vai preferir muito mais agarrar você a mim, mas pode deixar que se um dia ele aparecer aqui eu irei te proteger querido.




Vamos esquecer isso por enquanto? Prefiro curtir você mais um pouco. – O que poderia ser melhor do que estar no colo do meu marido naquele momento? – Foi ai que tocou um alerta chato de sms vindo do meu celular, na verdade esse alerta tocou mais umas três vezes, mas por nada deixaria o que estava fazendo para ver uma mensagem de celular, na verdade se ele me irritasse mais um pouco eu seria capaz de arremessá-lo contra a parede para que parasse.
Voltei minha atenção ao que interessava. É irresistível olhar tão pertinho seus olhos tão verdes e não puxa-lo para mais perto de mim.








segunda-feira, 15 de outubro de 2012

De volta para os meus amores


A viagem de volta foi cansativa, porém animada. Todos não viam a hora de voltar para casa e eu particularmente tinha uma saudade imensa da minha família e da minha cidade, mal via a hora de colocar os meus lindos pés de novo em Bridgeport e assim que o avião pousou eu fui uma das primeiras a dar um tchau comunitário e ir correndo pra casa. Não havia avisado o horário certo do voo por motivos até mesmo de falta de informação e acabei chegando mais cedo do que o previsto. Estava com tantas saudades que nem se o Miguel fosse me buscar com seu caminhão de bombeiros seria o passeio mais agradável de todos, mas restou pegar um taxi mesmo.
Cheguei e ele já havia ido para o trabalho então corri para ver meus filhos. Heitor e Alice  <3



Tentei, mas não consegui ficar ali sentada ou deitada que fosse, peguei a chave do carro e corri para a corporação. Dei de cara com o Donato assim que coloquei os pés lá.
- Dona Andrea que bom que está de volta! Foi mais um desabafo do que uma comemoração.
- Obrigada, e o Miguel? Onde ele está?
- Acabou de subir, parece que foi tomar um banho. Ele anda muito estressado ultimamente e descontava tudo em nós, estamos trabalhando como escravos.
- Já não é final do expediente? Podem ir embora e eu vou subir ali para falar com ele.
- Então até qualquer dia desses e bem vinda de volta.


Subi correndo as escadas e o encontrei indo em direção ao chuveiro. Mesmo de costa e com o mesmo uniforme de sempre ele estava lindo.
- Ei senhor bombeiro, poderia me ajudar, por favor? – Ele parou no mesmo instante e eu corri em sua direção.
- Eu adoraria te ajudar moça, onde é o incêndio? – Como se ele não soubesse.
- Acho que é autocombustão, está vindo de lá de baixo e está subindo aos poucos... – Mal consegui terminar de falar e já estava beijando com toda minha vontade.
- Estava indo tomar um banho para ir te buscar no aeroporto – Falou no momento em que conseguiu um ar para respirar.
- Conseguimos adiantar o voo. Estava com tantas saudades Mi... – Não teve tempo para palavras apenas nos beijamos novamente e cada vez com mais intensidade.  



Ele levantou-me como se estivesse levantando uma pena e eu o envolvi com minhas pernas enquanto o desejo tomava conta de nossos corpos ainda mais. – Ele me encostou contra a parede.
- Vamos cuidar logo disso, já que agora estamos os dois em chamas. – Só queria saber quem estaria com mais desejo naquele instante. – Eu estava tomada de vontade de me entregar a ele ali mesmo sem me importar com a janela que dava de frente para a rua ou o risco de alguém aparecer ali para trocar de roupa antes de ir embora.
- É o que eu mais quero.



Ele me levou no colo até o cômodo mais próximo que era o banheiro masculino. Ali mesmo e sem perder tempo fomos livrando com pressa de nossas roupas e ele me tomou de novo em seus braços me elevando até conectarmos completamente nossos corpos. Não sei como pode ser ainda tão mágico quando estamos juntos depois desse tempo, mas é. – Eu amo quando ele me toma em seus braços, seus beijos, seus carinhos, seu cheiro, seus olhos, seu corpo, seu cabelo e tudo mais que vem dele. Saciamos ali um pouco da nossa saudade e já era inicio da noite quando fomos para casa. Teríamos mais toda a noite para curtir minha volta.








quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Um dia para aprender

Estava tentando ao máximo não ficar no mesmo ambiente que meu amigo, ou ex-amigo, não sei ainda. Estou esperando voltar pra casa pra voltarmos a nossa rotina pra ver se ele volta a comportar-se normalmente. Acho que a ilha perturbou seu juízo.

Mas mesmo quando estava de longe sentia seu olhar sobre mim.



Esse lugar estava um tédio e sem ter mais o que fazer pelo menos da minha parte e sem conseguir curtir um único segundo eu resolvi fazer algo diferente. Talvez aprender uma coisa nova. Lembrando-se de quanto eu pretendia curtir o meu marido quando chegasse em casa eu poderia mesmo fazer algo novo pra nós dois.
Fui ao encontro do Gil para perguntar aonde eu poderia aprender sobre massoterapia já que ouvi dizer que os melhores especialistas estão na ilha.
- No SPA estão alguns dos melhores dona Andrea. Eles não costumam ensinar para os turistas, mas posso falar com uma amiga que tenho lá e aposto que abrirão uma exceção para a senhora. Posso leva-la se quiser.
- Se fizer isso ficarei imensamente grata. 



 Ele pegou um dos carros a nossa disposição e me levou até lá e por ser um lugar mais elevado tinha ainda uma vista mais privilegiada da ilha. Quando pensei que todo lugar ali teria a mesma vista me surpreendi novamente outra vista simplesmente linda. Fiquei ali por um tempo até que o Gil procurasse a tal amiga. Ali eu até conseguiria meditar e talvez voltasse em outra hora se fosse necessário.
Não demorou muito até que ouvi o Gil me chamando.
- Então Kaila poderia fazer esse favor para dona Andréa?


- Não ensinamos nossas técnicas para as pessoas, mas podemos abrir uma exceção para a senhora já que é uma visitante tão ilustre.
- E eu farei questão de indicar esse lugar a todos os meus amigos quando voltar para casa.




Ser famosa tem muitos benefícios com certeza e mesmo assim achei que seria mais difícil conseguir que me ensinassem. Eu nem conseguiria aprender tudo em uma única aula, mas falei em aprender alguma para relaxar meu marido depois de um dia cansativo de trabalho.
- Só que precisamos de um voluntário para que te ensine a técnica e se não se importar posso pedir ao meu amigo Gil fazer esse favor.
- Por mim sem problemas. – No final eu teria que pedir desculpas mesmo por ter que aguentar minhas mãos nada suaves.
Enquanto ele foi colocar uma mais confortável ela começou a dar algumas instruções.
- Essa é a mais fácil de aprender e não requer muita habilidade, mas tem que praticar e posso te dar um pequeno folheto que temos devidamente ilustrado que ensina outra, digamos mais interessante de se fazer no marido e que seria inconveniente fazer no Gil – Disse o final da frase entre cochichos e sorrindo.




O Gil deitou e ela me indicou qual óleo seria o mais apropriado e começou a explicar que cada óleo tinha sua função. Muita coisa para guardar por mais que eu tenha uma boa memória era provável que eu esqueceria boa parte então ela daria anotado para que eu fosse consultando em cada dúvida que eu tivesse.
- Vou logo desculpando se eu te machucar Gil – Disse brincando antes de começar a tortura-lo. – com certeza eu s ou ótima para socar meu boneco de treino ou socar massas de pão como faziam antigamente, mas massagem eu não tinha certeza se conseguiria.
- Pode deixar dona Andréa, com certeza não será tão ruim assim.
Tentei seguir a risca cada informação passada, mas claro que eu não tinha ainda a habilidade que eles têm de anos de experiência e ele no final saiu inteiro, ou fingiu estar tudo bem.
Sai de lá muito agradecida e cheia de óleos e umas velas perfumadas que ela indicou para a massagem “interessante”