terça-feira, 24 de abril de 2012

Home Sweet Home

Mal chegamos a nossa casa – agora sim me sinto em casa – e me aconcheguei no colo do Miguel que estava sentado no sofá e ficamos um bom tempo apreciando nossa pequena Alice a tocar sua música. Durante esse tempo me peguei pensando sobre a reforma do quarto que deveria ser feito o mais rápido possível, comprar umas flores para alegrar o ambiente, contratar uma nova babá ou talvez um mordomo já que fiquei mal acostumada e tudo mais necessário para que nossas vidas voltem a tomar o rumo de novo. 


O café da manhã eu fiz questão de fazer e levar para o lado externo da casa para sentir o ar poluído da minha cidade querida – Tudo bem que não é tão poluído assim, mas esta longe de ser aquele ar com cheiro de floresta que tem em Hidden.
- Amor eu tenho que ir à concessionária hoje pegar o meu carro.
- Ah claro, aquele carro que eu nem sei do que esta se referindo. – Eu disse zangada.
- Pensei que iria gostar de parar de andar pela cidade no caminhão dos bombeiros e não queria te incomodar com assuntos desnecessários.
- E o seu carro? Aquele amarelo lembra?
- Usei como parte do pagamento como todo mundo faz Deh. – Claro que ele pode trocar de carro sempre que quiser, mas não faz mal me avisar antes, não concordam? 


- Fez o café da manhã e agora lavando a louça? Só de voltar pra sua querida cidade já te fez sentir tão melhor assim?
- Claro, até faria uma faxina se a casa não fosse tão grande – Eu brinquei já que não tenho nenhuma vontade para fazer esse tipo de serviço.
- Esta de repouso, lembra? Melhor começar seu serviço sentando no sofá e ligando para uma agencia de empregos. Precisamos de uma faxineira com urgência.
- Eu sei, eu sei...
- Vou me trocar e ir logo para voltar o mais rápido possível, tá? – E me deu um beijinho de até logo.
- Fazer o que não é? Vou ficar aqui fora admirando a cidade por um tempo


Fiquei mesmo ali fora por um tempo vendo se conseguia notar alguma diferença na cidade. – Talvez um prédio com cor diferente ou uma mudança qualquer na casa de um vizinho ao lado, mas me pareceu tudo exatamente igual.
Pouco tempo depois escutei o portão da garagem abrindo e logo o Miguel apareceu.
- Vou te amarrar em uma cama se não fizer o que o médico recomendou – A bronca veio, mas logo depois ganhei um beijo que isso sim me fez ter vontade de me deitar um pouco.
Eu voltei para minha cidade e com isso lá se foi nossa privacidade. – Como um raio surgiu do nada um paparazzi e começou a registrar tudo com sua câmera. – Como ele conseguiu entrar?
O Miguel se aborreceu senti isso pelo suspiro que ele deu enquanto se afastava de mim. Ele dirigiu-se ao homem em nosso quintal e não sei mesmo o que ele disse, mas não demorou e logo o homem foi embora.
- Então quer ver o meu carro?


Não pude acreditar quando vi aquele carro tãããão vermelho na garagem
- Um lamborghini vermelho Miguel? Tinha que ser vermelho? Já não chega aquele caminhão imenso vermelho agora temos um carro da mesma cor?
- Fora o vermelho só havia cinco outras cores. Um branco sem graça, preto que eu não gostei um azul que parecia carro de adolescente, amarelo, mas eu já tinha um amarelo, e um verde que eu acho bem possível cegar alguém se olhar diretamente pra ele na claridade sem usar óculos de sol. Quer ir ver? – Depois dessa o que eu poderia dizer? Estava obvio que era o que ele mais tinha gostado.
- O carro é seu Miguel, se você gostou pra mim está bem.
- Não pode falar nada, você escolheu um Volvo prata estilo “Edward Cullen” – e riu.
- Não sabia que lia esse tipo de livro
- E não leio, mas ouvi você comentando quando leu. Ou talvez eu tenha lido um pouco um dia quando não tinha nada melhor pra fazer – Ele emendou em seguida e fez uma cara engraçada. – Agora foi minha vez de rir.




sábado, 14 de abril de 2012

Bye Bye Hidden Springs


    
Não demorei muito a recobrar a consciência já que mesmo de olhos fechados eu senti quando o Miguel me colocou na cama.
Naquele mesmo dia eu tive que ir ao médico para que o Miguel tivesse a certeza absoluta que eu e o bebê estávamos mesmo bem ou ele me enlouqueceria com tanta preocupação
- “Ela só precisa de repouso, mas para termos a certeza eu vou pedir alguns exames” – Essas foram as palavras do médico e graças a isso fiquei uns três dias de molho em casa.


- Tudo bem Deh, hoje finalmente veio à transferência para voltar a Bridgeport podemos deixar a Alice por algum tempo com o Ângelo e sair para comemorar se você prometer se comportar direitinho.
- Eu sempre me comporto
- Comida saudável? Promete?
- O que me der vontade Miguel, não perturba vai.
- Só quero seu melhor e isso significa obedecer as orientações médicas.
- Tá, tá, tá, tá... Que chatice... Vou me arrumar antes que desista papai. – Disse com implicância. 


Mesmo sendo um pulo até o restaurante ele insistiu em ir de carro para não fizesse esforço algum e mesmo com toda a reclamação dele eu teimei em pedir um x-filé.
- Isso não é comida.
- Tem carne, pão, pedi pra colocar tomate e manjericão... Uma refeição completa. Não implica vai?!
Ele me deixou comer sossegada, mas antes tivesse ouvido seu conselho e comido alguma coisa mais leve. Assim que me levantei senti uma dor horrível no estômago que me fez dobrar de dor. Se já não bastasse isso ainda tinha que o ouvir resmungando preocupado ao meu lado.
- Eu te avisei teimosa, vamos pra casa que eu vou ligar para o médico. – Adiantava dizer que não precisava? O jeito foi aceitar e voltar pra casa.


- “Repouso absoluto até o ultimo dia de gestação se não quiser passar meses internada em um hospital” – Mal pude acreditar quando ouvi o médico me falando isso. – Preciso dizer mais alguma coisa? Se duvidar mal posso andar pela casa sozinha. Nem pude arrumar minhas malas.
- Esta tudo ai querida, agora vou me arrumar e pegar a Alice.
Despedir do Ângelo não foi a melhor parte, já que eu queria mesmo que ele fosse comigo para Bridgeport, ele é um excelente profissional.
- Foi um prazer servi-los senhora.
- Agradeço muito por tudo Ângelo, você tinha razão em dizer que não me arrependeria de ficar com seus serviços. 


Durante o trajeto para o aeroporto fiquei com um pouco de remorso por não ter dado um tchau para o Pablo, mas não me permitiam dar um passo pra fora de casa. Depois que estiver em casa vou dar uma ligada para me desculpar – Quando o avião levantou voo pude dar uma última olhada na paisagem daquela cidade que me abrigou por quase um ano.
Agora finalmente estou indo para minha querida cidade e minha amada casa projetada especialmente para nós três... Agora seremos quatro... Terei que fazer algumas mudanças para o bebê que esta para chegar.


segunda-feira, 2 de abril de 2012

De volta à Bridgeport?


Minha rotina já esta mudando a começar pela manhã que antes acordava quando queria e agora logo cedo sou despertada com meu bebê inquieto na barriga.
- Ei, calma ai. Bom dia pra você também. Sei que você esta doido pra ouvir seu papai, ele já vem, tá?


Agora com o passar dos três meses já consigo notar a diferença em meu corpo e junto com isso as poucas roupas que continuam me servindo.
Peguei a Alice e fomos fazer compras pela cidade, mas a variedade dessa cidade é tão escassa que voltamos pra casa de mãos vazias. Não encontrei nada que me agradasse então só me resta uma coisa a fazer... Perturbar o Miguel até ele se convencer que precisamos voltar a Bridgeport.


- Olha essa roupa Miguel, estou te falando não tem nada mesmo! Não vai querer que eu fique andando por ai vestida igual a uma mendiga, vai? E que nosso filho nasça em uma cidade sem muita estrutura médica...
- Não me venha com essa, aqui também existem muitos médicos competentes dona Andrea Montez. Pode arrumar outra desculpa.
- Sem desculpas? Tudo bem. Eu NÃO gosto dessa cidade e você sabe disso e pro meu gosto já passamos tempo demais por aqui. Eu quero voltar pra minha casa e todo meu conforto em Bridge! É isso. Vamos voltar pra casa Miguel, por favor...
- Eu vou fazer o possível para isso acontecer, está bem? Ganho um sorriso antes de ir para o trabalho pelo menos? – Fiquei tão feliz com a possibilidade que era impossível não sorrir.


De tarde eu comecei a não me sentir muito bem e fui dormir. Acabei acordando com um barulho no lado de fora e fui checar o que era.
- Olha amor, trouxe uma coisa para você que vai te caber direitinho – Ele sorriu com aquela cara de sem vergonha.
- O que? – Perguntei desconfiada
- Olha ali, é todo seu. Pode mandar forrar do jeito que quiser o importante é que com você dentro vai ficar lindo.
- Um barril? Esta me chamando de gorda?
- De certa forma sim, mas se preferir podemos apenas jogar as coisas que não precisamos mais quando arrumar nossas coisas pra voltarmos pra Bridgeport


Esqueci todos os palavrões que esta prestes a despejar no sem graça do Miguel depois da noticia e o meu humor voltou a mil e junta veio uma sensação estranha que me fez perder o chão.
- Miguel... – Eu disse já fechando os olhos não aguentando mais com o peso do meu corpo e então o chão sumiu de vez debaixo dos meus pés.
- Ei, o que esta acontecendo? Você esta me ouvindo? – Senti ele se abaixando ao meu lado – Eu ouvia, mas alguma coisa me impediu de responder...