Mal
chegamos a nossa casa – agora sim me sinto em casa – e me aconcheguei no colo
do Miguel que estava sentado no sofá e ficamos um bom tempo apreciando nossa
pequena Alice a tocar sua música. Durante esse tempo me peguei pensando sobre a
reforma do quarto que deveria ser feito o mais rápido possível, comprar umas flores para alegrar o ambiente, contratar uma
nova babá ou talvez um mordomo já que fiquei mal acostumada e tudo mais
necessário para que nossas vidas voltem a tomar o rumo de novo.
O café
da manhã eu fiz questão de fazer e levar para o lado externo da casa para
sentir o ar poluído da minha cidade querida – Tudo bem que não é tão poluído
assim, mas esta longe de ser aquele ar com cheiro de floresta que tem em
Hidden.
- Amor
eu tenho que ir à concessionária hoje pegar o meu carro.
- Ah
claro, aquele carro que eu nem sei do que esta se referindo. – Eu disse
zangada.
- Pensei
que iria gostar de parar de andar pela cidade no caminhão dos bombeiros e não
queria te incomodar com assuntos desnecessários.
- E o
seu carro? Aquele amarelo lembra?
- Usei como parte do pagamento como todo mundo
faz Deh. – Claro que ele pode trocar de carro sempre que quiser, mas não faz
mal me avisar antes, não concordam?
- Fez o
café da manhã e agora lavando a louça? Só de voltar pra sua querida cidade já te fez
sentir tão melhor assim?
- Claro,
até faria uma faxina se a casa não fosse tão grande – Eu brinquei já que não
tenho nenhuma vontade para fazer esse tipo de serviço.
- Esta
de repouso, lembra? Melhor começar seu serviço sentando no sofá e ligando para
uma agencia de empregos. Precisamos de uma faxineira com urgência.
- Eu
sei, eu sei...
- Vou me
trocar e ir logo para voltar o mais rápido possível, tá? – E me deu um beijinho
de até logo.
- Fazer
o que não é? Vou ficar aqui fora admirando a cidade por um tempo
Fiquei
mesmo ali fora por um tempo vendo se conseguia notar alguma diferença na
cidade. – Talvez um prédio com cor diferente ou uma mudança qualquer na casa de
um vizinho ao lado, mas me pareceu tudo exatamente igual.
Pouco
tempo depois escutei o portão da garagem abrindo e logo o Miguel apareceu.
- Vou te
amarrar em uma cama se não fizer o que o médico recomendou – A bronca veio, mas
logo depois ganhei um beijo que isso sim me fez ter vontade de me deitar um
pouco.
Eu
voltei para minha cidade e com isso lá se foi nossa privacidade. – Como um raio
surgiu do nada um paparazzi e começou a registrar tudo com sua câmera. – Como
ele conseguiu entrar?
O Miguel
se aborreceu senti isso pelo suspiro que ele deu enquanto se afastava de mim.
Ele dirigiu-se ao homem em nosso quintal e não sei mesmo o que ele disse, mas
não demorou e logo o homem foi embora.
- Então
quer ver o meu carro?
Não pude
acreditar quando vi aquele carro tãããão vermelho na garagem
- Um
lamborghini vermelho Miguel? Tinha que ser vermelho? Já não chega aquele caminhão
imenso vermelho agora temos um carro da mesma cor?
- Fora o
vermelho só havia cinco outras cores. Um branco sem graça, preto que eu não gostei
um azul que parecia carro de adolescente, amarelo, mas eu já tinha um amarelo,
e um verde que eu acho bem possível cegar alguém se olhar diretamente pra ele na
claridade sem usar óculos de sol. Quer ir ver? – Depois dessa o
que eu poderia dizer? Estava obvio que era o que ele mais tinha gostado.
- O
carro é seu Miguel, se você gostou pra mim está bem.
- Não
pode falar nada, você escolheu um Volvo prata estilo “Edward Cullen” – e riu.
- Não
sabia que lia esse tipo de livro
- E não
leio, mas ouvi você comentando quando leu. Ou talvez eu tenha lido um pouco um dia quando não tinha nada melhor pra fazer – Ele emendou em seguida e fez uma cara engraçada. – Agora foi minha vez de rir.